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quinta-feira, dezembro 09, 2010

Eco-Natal 11 e 18 de Dezembro

Em continuidade com o enorme sucesso da Feira da Primavera, o Cantinho das Aromáticas e a Raízes, uma vez mais em parceria, apresentam uma nova iniciativa à população do Concelho de Gaia e Grande Porto, o EcoNatal.

Organizarmos esta iniciativa procurando apresentar novas alternativas para um consumo mais ecológico e mais sustentável, apresentando uma variedade de produtos de agricultura biológica, produtos ecológicos, artesanato, etc...valorizando os produtos nacionais e contribuindo para um consumo mais consciente. Numa época de grande consumismo a proposta e convite que fazemos é muito simples.

Ofereça azeite de agricultura biológica, contribuindo assim para a preservação da nossa paisagem, da biodiversidade e apoio à agricultura biológica nacional.

Encontre chás de agricultura biológica, isento de pesticidas e com excelentes propriedades medicinais. Saboreie mais a sua Ceia de Natal com hortícolas de agricultura biológica produzidos localmente.

Descubra novos conceitos de artesanato, que através da reciclagem reinventa e encontra nova vida para materiais que outrora era desperdícios.

Contribua com as suas pequenas escolhas para que o Natal seja vivido com mais consciência pelo Planeta e pelas pessoas que nele habitam.

Convidamos assim todas as pessoas a visitarem a Cantinho das Aromáticas durante a realização do EcoNatal

ECONATAL: Dia 11 e 18 de Dezembro

Horário: 10h00 – 16h00

Cantinho das Aromáticas
Rua do Meiral, 508
4400-501 Canidelo
Vila Nova de Gaia
Tlf: 227710301

terça-feira, dezembro 08, 2009

Logotipo BIO da União Europeia - Votem


Durante o ano 2009 a Comissão Europeia desafiou jovens estudantes de Design a apresentarem as suas propostas para um Novo Logótipo Europeu da Agricultura Biológica.
O desafio foi aceite por 3400 estudantes, que apresentaram os seus trabalhos. Numa primeira ronda foram seleccionados 100 trabalhos e por fim, foram escolhidos, os três últimos finalistas.

A decisão final, sobre qual Logotipo será adoptado está agora nas mãos de todos nós.
Podemos votar online (aqui), e decidirmos, qual o logótipo vencedor, qual o logótipo que cremos representar melhor a imagem da Agricultura Biológica.
Felicíssimo ficará o/a estudante vencedor/a, ao ver o seu trabalho ficar como referência de toda a Agricultura Biológica na Europa.

Participem.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

O Solo


Ao iniciar este Blog, nunca foi minha intenção que este espaço fosse apenas local de mero anúncio. Requer por isso este local, do mundo dos cibernautas, para que seja cada vez mais interessante, ser também um local de partilha de conhecimento e ideias. Admito, contudo, que o tempo para o exercício da escrita escasseia, pois obriga também à leitura, ao estudo e ponderação nas palavras usadas. Neste ano de 2009 farei o melhor possível para que este acto que tanto prazer me dá se repita com mais frequência.
No caso deste Post, o assunto que abordo é “O Solo”.

O Solo é seguramente uma das matérias de estudo mais fascinantes para todos aqueles que se interessam pelas Ciências do Ambiente, Ecologia e Agricultura. Pelo Natal, como já sou crescidinho não costumo ser regalado com brinquedos, mas antes, para minha felicidade, com uns sempre apetitosos e deliciosos Vales em Livros que ansiosamente corro a trocar por esse precioso saber gravado em folhinhas brancas, para o ir sorvendo lentamente ao longo dos tempos.
Este ano, como planeamos iniciar, dentro de alguns meses, as primeiras culturas na Quinta, apostei num bom livro sobre Solos.
Agora, depois de ter encontrado um livro que aconselho a todos os interessados neste assunto, estou ainda mais seguro da minha aposta e mais consciente sobre a importância do tema.

O Livro a que me refiro é:
Varennes A 2003 Produtividade dos Solos e Ambiente, Escolar Editora

A coisa mais importante que temos quando pensamos em cultivar é o solo. Ai encontramos a nossa mesa de trabalho, ai devemos concentrar a nossa maior atenção, pois é esse o elemento principal que sustenta a vida e consequentemente as culturas do agricultor, as plantas dos nossos jardins, etc… Facilmente verificamos que o solo é o suporte de toda a produção vegetal, que por sua vez suporta a vida animal onde, obviamente, se inclui o Homem.
Achei por isso, ser para mim, a hora certa para voltar a dedicar parte do meu tempo ao estudo do Solo. Compreender como este se comporta, como se compõe, quais as potencialidades, mas acima de tudo, quais as fragilidades, é fundamental para assegurar uma boa produtividade durante inúmeros anos.

O Solo não é uma máquina produtiva, embora assistimos a este ser tratado como tal na maioria das práticas, (mesmo na Agricultura Biológica Industrial). Parece-me a mim que o Solo como elemento vivo, nunca deverá ser tratado como mera máquina produtiva.
Talvez a primeira lição sobre solo, será rejeitar a visão de solo como simples estrutura de suporte vegetal e por isso passível de ser usado intensivamente. Por outro lado observar a complexidade do solo. O Solo, sendo uma mistura de ar, água, minerais, matéria orgânica e microrganismos, estabelece em si infinitas interacções, que variam de acordo com a quantidade e qualidade dos seus constituintes.

Achei que seria interessante deixar alguns apontamentos sobre solo.

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NOTAS SOBRE SOLO:

“O Solo pode ser considerado recurso limitado, não renovável numa escala de tempo de 50 a 100 anos.”

Principais problemas de degradação do sola na Europa:

Impermeabilização
Erosão
Contaminação
Salinização
Compactação

“A Solução para uma agricultura sustentável deve basear-se numa abordagem integrada que tenha em consideração a biologia do solo e a sua capacidade de retenção de água, estrutura, etc...”

“A acção de microrganismos influencia a qualidade do solo e o crescimento das plantas.”

Matriz do Solo
A matriz do Solo é formada por materiais sólidos, orgânicos e minerais que variam quanto à sua composição química, tamanho e forma.

Textura do Solo
A textura do Solo influência a tendência para o Solo reter mais ou menos matéria orgânica.

Substâncias Minerais:

Areia e Limo – Minerais principais

“Solos com elevado teor em limo são usualmente mais férteis do que solos arenosos.”

Argila – Minerais secundários

Os minerais secundários resultam da meteorização de minerais primários. A argila é importante na absorção da água e na retenção de matéria orgânica.

Matéria Orgânica
“A matéria orgânica representa usualmente 1 a 6% da massa total da camada arável dum solo mineral e vai influenciar as suas propriedades físicas e químicas sendo determinante para a qualidade do solo.”

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Existem no mundo vários tipos de solo, classificados de acordo com as suas características físico-químicas, (teor em matéria orgânica, granolometria, pH, percentagem de areia, limo e argila, etc…)
Todas as características são importantes indicadores sobre o solo, especialmente quando procuramos encontrar, obter ou manter um solo fértil.
Convém por isso, antes de avançarmos para a aventura agrícola perceber o Solo, os diversos factores que influenciam a qualidade do solo, que tipo de solo temos e como devemos pensar o cultivo de acordo com o solo que temos disponível.
Ao ler o livro de que vos falei deparei com a seguinte frase com que termino este Post, e que me parece se enquadrar bem no sentido que damos ao Projecto Raízes
.
“A urbanização crescente das sociedades modernas divorcia-nos do mundo rural e faz-nos perder a noção da importância do solo como suporte de vida no planeta.”

sábado, abril 12, 2008

Sábado Aromático

O Sábado Aromático vai realizar-se novamente já no próximo dia 12 de Abril, numa parceria Cantinho das Aromáticas/Quercus.

Estaremos presentes nesta iniciativa, que se repete pela segunda vez. Teremos ai uma banca da Raízes, para além de poder encontrar os nossos legumes deliciosamente cozinhados e servidos no almoço que haverá também nesse dia.

Entre as temáticas abordadas, destacam-se a agricultura biológica, transgénicos, soluções agro-ecológicas além de que, como habitual, se vão provar, sentir, cheirar e ver diversas plantas aromáticas, que serão ainda ingredientes de eleição do almoço confeccionado pela Sabor.

O dia termina com a visita guiada ao Cantinho das Aromáticas e com a oferta de uma planta aromática numa malga da Quercus.

Se não teve oportunidade de estar presente nas edições anteriores ou se quiser repetir a experiência, que é sempre nova, inscreva-se até dia 10 de Abril.

Programa 12 de Abril (10.00 h)

Palestras

Margarida Silva - Plataforma Transgénicos Fora

André Silva - Soluções Agro-ecológicas

Luís Alves - Cantinho das Aromáticas



Almoço biológico (todos os ingredientes provenientes de agricultura biológica)

Visita Guiada

Programa e ficha de inscrição aqui:

http://porto.quercus.pt/xFiles/scContentDeployer_pt/docs/DocSite897.doc

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Bio às vezes também são vezes

Somos muitas vezes confrontados com pessoas a dizer que gostariam de comer BIO, mas que devido ao preço mais elevado lhes é impossível.

Pois nós temos uma sugestão. A Raízes, visto não impor uma obrigatoriedade de comprar frequente dos seus cestos, sugere:

Encomende um cesto de legumes e fruta em ocasiões especiais, aniversário, jantares de familia, etc...



Bio às vezes também são vezes. Comprar de vez em quando é também uma forma de contribuir para o desenvolvimento da Agricultura Biológica.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Porquê BIO?

BIO...MAIS SAUDÁVEL

Em média os alimentos biológicos têm níveis mais elevados de vitaminas e de minerais essenciais (como o cálcio, o magnésio, o ferro e o crómio), de hidratos de carbono e de proteínas. Neles há também mais antioxidantes que, entre outro benefícios para o nosso corpo, ajudam a prevenir o cancro.
Não contêm aditivos alimentares que agravam problemas de saúde como as doenças de coração, a osteosporose ou as simples dores de cabeça.
Não usam pesticidas sintéticos, herbicidas e fertilizantes químicos, hormonas de crescimento ou antibióticos. Mais de 400 destes pesticidas são utilizados de forma rotineira na agricultura convencional. Muitas alergias, a asma e outras doenças que invadiram o nosso quotidiano estão relacionadas com o uso destes produtos.
E não admitem a inclusão de transgénicos, organismos geneticamente modificados, na cadeia alimentar. Nos produtos bio não há transgénicos.
Os solos regenerados e fertilizados de forma natural criam vegetais, árvores e frutos maus saudáveis e alimentam animais em cuja a carne, leite e ovos podemos confiar.
Para a nossa saúde é decisivo comer bem. E é essencial que os produtos sejam saudáveis e naturais. Uma garantia que dão os produtos bio.

BIO...MAIS SEGURO

A segurança alimentar começa na forma como os alimentos que comemos são produzidos.
E continua no controlo que é feito sobre a sua transformação e sobre a sua comercialização. Os produtos bio são seguros, mais seguros certamente, pela forma como são produzidos. É a terra que é mais sã e se torna mais equilibrada, porque fertilizada com matéria orgânica, é a água que está mais pura, sem produtos perigosos que se infiltram e a vão contaminando, é o ambiente que respira saúde.
E é a maneira de fazer agricultura, o modo de produção biológico, tecnicamente avançado mas respeitando o equilíbrio da natureza, os tempos de crescimento e maturação.
Os produtos bio são também seguros, mais seguros certamente, pela forma como é controlado todo o percurso, da terra até às mãos dos consumidores. Armazenamento, transporte, transformação, embalagem, tudo tem regras definidas claramente na lei.
Nenhum outro produtor alimentar é sujeito ao controlo e acompanhamento que é feito aos produtos da agricultura biológica. Para segurança dos consumidores.

BIO...MAIS SABOROSOS

Quem prova sabe e compreende. Os produtos da agricultura biológica sabem melhor. Neles reencontramos sabores que pareciam perdidos, verdadeiramente produzidos pela natureza. Neles reencontramos a consistência certa, o sabor verdadeiro, sem químicos de síntese nem aditivos. Talvez por isso também, cada vez mais grandes Chefes de Cozinha e excelentes restaurantes escolhem produtos bio.

"Nos produtos biológicos dá-se como que uma concentração de sabor.
Os frutos e os vegetais, poderão não ser tão bonitos como os de produção industrial, que sacrificam ao brilho da pela e à regulariadade da forma, o potencial nutricional dos alimentos. Mas, criados sem o recurso a pesticidas nem conservantes, os produtos biológicos, necessitando apenas de uma lavagem rápida em água corrente, respeitam melhor os nutrientes dos alimentos, permitem-nos absorver sem receio as saborosas fibras das cascas dos frutos e de alguns legumes e preservam de forma assinalável, o sabor específico de cada espécie.
De tão ligados à segurança alimentar e à nutrição, raramente se assinala nos alimentos de produção biológica, a sua supermacia em sabor"

Maria de Loures Modesto

BIO...E OS PREÇOS?

É um dos "mitos" que importa esclarecer: em boa parte os preços dos produtos da agricultura biológica são um pouco (não muito!) mais caros do que a média dos produtos convencionais. Mas é preciso comparar mesmo e verificar regularmente. Porque mesmo nos produtos convencionais a qualidade paga-se e os preços sobem, descem e sobem constantemente. Mas os da agricultura biológica têm vindo a descer.
E ainda por outras razões que, em boa verdade, são as mais importantes:
> o que poupamos por se conservarem mais tempo (quanta fruta, quantos legumes convencionais não aguentam uma semana?)
> o que cada um poupa na sua saúde, nos medicamentos que evita;
> o que pagamos todos para recuperar o ambiente contaminado: que preço tem preservar o ambiente e assegurar o futuro?;
> o que pagamos todos para prevenir ou tratar as doenças em animais, vegetais e frutos.

"Pessoalmente, atribuo muita importância ao sector da agricultura biológica, uma vez que os produtos biológicos representam uma escolha importante nas sociedades modernas, não só para os agricultores como para os consumidores. O papel da agricultura biológica enquanto fornecedora de bens de utilidade pública é conhecido, principalmente em termos de protecção do ambiente e do bem-estar dos animais. Além disso, o apoio à agricultura biológica e ao modo de produção biológico oferece um grande potencial em termos de criação de empregos e de crescimento económico nas comunidades rurais, em benefício dos agricultores e da sociedade em geral. Em Portugal, o sector biológico registou um crescimento impressionante nos últimos três anos. Estou convicta de que esse crescimento continuará, uma vez que o interesse dos consumidores neste método de produção não deixa de aumentar."

Mariann Fischer Boel
Comissária Europeia para a Agricultura e Desenvolvimento Rural
(depoimento para Semana Bio 2006)

BIO...PRESERVAR O FUTURO DOS NOSSOS FILHOS

"...a consciência dos prejuizos ambientais irreversíveis resultantes de práticas que provocaram a poluição do solo e das águas, a depauperação de recursos naturais e a destruição de ecossistemas frágeis, levaram a opinião pública a exigir uma atitude mais responsável relativamente ao património natural comum. Neste contexto a agricultura biológica (...) surge como um sistema de exploração, não só capaz de produzir alimentos sãos, mas também respeitador do ambiente."

in site da Comissão Europeia sobre a agricultura biológica

Na produção biológica os agricultores utilizam actualmente técnicas muito avançadas, com excelente rendimento, e ao mesmo tempo contribuem para o equilíbrio dos ecossistemas e para reduzir a poluição. Estão, desta forma, a preservar o nosso futuro. Valores tão essenciais como respeitar os ciclos da natureza, a capacidade de produção dos solos, o bem-estar dos animais, não são incompatíveis com uma produção equilibrada e rentável. Pelo contrário, a agricultura biológica está a desenvolver-se a um ritmo admirável e com ela diminui a desertificação do interior em toda a Europa e cresce a economia e a coesão social das zonas rurais.
Consumir produtos biológicos é hoje, também apoiar a protecção do ambiente, a biodiversidade, a preservação dos recursos naturais, o desenvolvimento sustentável, a criação de emprego para muitos jovens.
Faz parte de uma forma de estar no mundo mais responsável, solidária, justa e criativa. Estamos a preservar o nosso futuro e, acima de tudo, a apoiar e a preservar o futuro dos nossos filhos.

BIO...A CRESCER, A CRESCER

A Comissão Europeia apresentou recentemente ao Conselho e ao Parlamento Europeus um "Plano de Acção Europeu" para dar um impulso ainda maior ao sector que tem registado "um crescimento espectacular" nos ultimos 15 anos. Em 2003, segundo dados da Comissão, tinham aderido à agricultura biológica 149 mil explorações que representavam já, nos 25 Estados-Membro, 1,4% das existentes, abrangendo 5,7 milhões de hectares, ou seja, 3,6% da superfície agrícola utilizada.
Também o Governos Português, em consonância com a EU, aposta do desenvolvimento da agricultura biológica. A "Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável", aprovada pelo Governos em Junho de 2006, pretende estender a superfície agrícola utilizada em agricultura biológica dos 3,2% que ocupava em 2003, para 10% em 2013.
Em Portugal, além das lojas, mercados e pontos de venda especializados que um pouco por todo o país têm vindo a multiplicar-se, também nas grandes superfícies crescem os produtos da agricultura biológica - vegetais e fruta, carnes e enchidos, pão, massas e lacticínios, azeites e vinhos etc. - numa evidente atenção às exigências de cada vez mais consumidores.

(A totalidade deste texto foi retirada do folheto informativo relativo à SEMANA BIO 2006, promovida pela INTERBIO)

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Legumes de ouro biológico

Será possível? Legumes de ouro biológico?!!!

Parece incrível mas esta noticia não tem lá muito de engano.

A verdade é que para nosso espanto reparamos, nós que até nem somos nada dados a visitas às grande superfícies, que um desses locais onde as famílias portuguesas fazem “visitas guiadas” para efectuar as suas compras regulares, vende produtos biológico de ouro.
Só assim conseguimos compreender a disparidade dos preços entre um comerciante grande e um comerciante pequeno. Já o mesmo não se deverá aplicar em relação à noção de grande comerciante e pequeno comerciante.
Já é bem conhecida a forma carinhosa como as grandes superfícies tratam os seus fornecedores, com a técnica do torno, aperta, aperta até partir…
O mesmo se está a passar com os produtos biológicos, ah…de ouro!!!

Vejamos bem porque dizemos isto. Comparando os preços da Raízes, com os de uma dessas cadeias, que só não obriga os fornecedores a pagar para lá expor os seus produtos porque não pode.
Obviamente não mencionaremos o nome da cadeia e gostaríamos até de ter outros valores presentes, mas como ficamos sempre aborrecidos quando a necessidade nos obriga a ir a um desses sítios, não pudemos constatar mais preços, tudo em nome do nosso bem-estar.

Todos os preços são por Kilograma

Produtos - Cadeia A - Raízes

Alho Seco - 7,48 - 5,97
Alface - 3,30 - 3,15
Batata - 1,49 - 1,35
Cebola - 2,29 - 1,73
Cenoura - 2,3 - 1,97
Lombarda - 1,49 - 1,85

Conclusão:

Pagam menos e ganham mais!!!!
Não!!! O BIO é que é caro!!! Os agricultores é que andam a aproveitar-se da situação!! Só pode!!!!

É pá!!! Desculpam, afinal nós é que andamos a cobrar demasiado, o nosso preço da lombarda é que é ridiculo...perdão...

domingo, janeiro 06, 2008

Agricultura Biológica em Espaço Urbano

Nota introdutória

Cresci em Vila Nova de Gaia, e ai, não vão muitos anos, lembro-me de passarem vacas na rua, haver leite fresco, enormes campos abertos, quintas, ouriços caixeiros, sapos, ribeiros, e uma enorme tradição rural.
Existem marcos, culturais, arquitectónicos, paisagísticos que testemunham um passado recente que vale a pena avivar.
Por outro lado, os recentes desenvolvimentos da economia mundial, a realidade da economia do carbono, o constante aumento do preço do petróleo trouxeram uma nova urgência. Aproximar a fonte de produção da fonte de consumo, sobretudo no que se refere aos produtos alimentares, como os hortícolas e frutícolas.

Porquê?

Em primeiro lugar porque muitas das cidades crescem nas terras mais férteis do planeta e ai deveria ser promovido o uso do solo naquilo que este tem mais potencialidade. Em segundo lugar urge a necessidade de criar uma nova ordem de equilíbrio nas cidades, um novo conceito de espaço urbano, onde o cimento e o alcatrão devem perder peso e a natureza e os espaços verdes devem ganhar força. Finalmente, em terceiro lugar, as preocupações ambientais, a necessidade de redução das emissões de carbono e ainda a crise energética que se instala a cada mês tornam cada vez mais urgente uma aproximação da fonte de produção da fonte do consumo.
Reparem como as nossas cidades são altamente dependentes de complexos sistemas logísticos de fornecimento de bens de primeira necessidade, reparem como estão distantes as origens desses mesmos bens. Em média cada produto alimentar percorre cerca de 15,000 km até chegar a nossa casa. Pensem no que acontecerá se houver uma verdadeira crise energética e se tornar economicamente inviável fazer o transporte de bens alimentares.
Parece um cenário demasiado pessimista, contudo os factos dizerm que apenas em 2007 o preço do petróleo subiu 57%, ainda em 2001 o preço do barril do petróleo se situava abaixo do $ 30 por barril e hoje este situa-se perto do $ 100. Obviamente não ouvimos os políticos a dar muita importância a este assunto, seria obviamente indesejável criar uma onda alarmista. Contudo o alarme existe e está bem presente junto da Associação para o Estudo do Pico do Petróleo e do Gás (ASPO - http://www.aspo-portugal.net/)

Vila Nova de Gaia

Vila Nova de Gaia, é um concelho com tradições rurais, tendo ainda uma grande área com potencialidades agrícolas, nos seus 168,7 km2 fazendo deste concelho o maior do distrito do Porto. Caracterizada por uma significativa diversidade da sua estrutura económica, com tradições na agricultura, pesca, cerâmica, têxtil, ferragens, etc… Gaia tem em si enormes potencialidades. A sua diversidade paisagística, que lhe confere um carácter único, com zonas históricas de enorme valor patrimonial, como a zona das caves do vinho do porto, mas também o Mosteiro de Pedroso e de Grijó. Ainda, zonas de elevado valor arquitectónico, como são os casos da Granja e Miramar, zonas rurais onde se regista uma forte presença da realidade vivida no pais à algumas décadas apenas, como testemunham os moinhos de água e os engenhos.

O património natural também não poderá ser desprezado, pois o concelho é rico em ribeiros, e existe uma grande variedade faunística e florística presente desde as zonas dunares às zonas mais interiores. Se acrescentarmos a isto tudo as praias, a cultura piscatória fortemente vivida, especialmente na Aguda, facilmente chegamos à conclusão que o Concelho de Gaia é sem dúvida alguma um dos concelhos, mais ricos e com maiores potencialidades no pais, capaz de oferecer um elevado nível de vida qualitativo aos seus habitantes.
Por todas estas razões fará todo o sentido e dará ainda mas prestigio a Gaia ser um concelho pioneiro na exploração de um novo conceito para a Agricultura.
A Agricultura Biológica em Espaço Urbano.

Aproveito para deixar aqui escrito que em Vila Nova de Gaia, já existe um projecto de Agricultura Biológica, chama-se “O Cantinho das Aromáticas” (http://www.cantinhodasaromaticas.pt).
Para além do Cantinho das Aromáticas, a Raízes tem lutado por um espaço em Gaia para implementar o seu projecto de produção de hortícolas em Modo de Produção Biológico em Gaia, (estamos mais optimistas, desde o final do ano de 2007).

Humanismo e Ligação à Terra

Todos nós sabemos onde encontramos os nossos legumes e frutas, no Supermercado.
Estes são no entanto sítios pouco humanizados, e existem até miúdos que já nem sabem de onde vêm as couves, as galinhas, como se fazem chouriços ou queijo, podendo chegar ao ridículo de verem ervilhas ainda na vagem e dizer que estes têm uma embalagem diferente e etc, e etc… Antigamente ainda havia o Sr. Joaquim da mercearia, que conhecia todas as pessoas pelo nome e caso nos esquecêssemos do dinheiro, sorria e dizia:
– Vá lá, não se preocupe, depois passa cá e paga. Sei que não foge, sei que é boa gente…
Hoje em dia nada disto parece ser possível. As meninas dos supermercados parecem estar em competição para ver qual das máquinas registadoras faz mais “pips” por minuto, as pessoas são despachadas de tal forma que muitas vezes saímos do supermercado sem quase termos olhado nos olhos da pobre menina que trabalha a 1000 à hora, com a ameaça do despedimento apontada para a porta.
Somos desejados como clientes, mas não por muito tempo, somos atraídos mas não nos dão nada, muitas das vezes nem um sorriso…pudera, também eu não sorriria se tivesse de trabalhar num supermercado.
Mais uma vez aqui encontro uma boa razão para apostar na Agricultura Biológica em Espaços Urbanos.
Imaginem a possibilidade de ir ao campo buscar os seus vegetais, frescos, cortados na hora, ao fazer isso pode ainda aproveitar para aprender sempre algo sobre aquilo que se vai fazendo no campo, alivia um pouco o stress acumulado depois de um dia de trabalho com duas lufadas de ar fresco antes de ir para casa e cozinhar os seus vegetais ainda vertendo a seiva que lhes corre nos caules. Tudo bem diferente do Supermercado, sabendo de onde vêm os seus legumes, como foram cultivados, etc…assim estará obviamente a restabelecer laços com a Terra, importantíssimos para uma cada vez maior consciência ambiental.
O facto de os seus vegetais serem provenientes de Agricultura Biológica, por si só já encerra em si um conceito mais humano, para além de o relacionamento com um agricultor ser bem diferente do relacionamento com uma caixa registadora.
Para além de tudo que tem haver com a troca comercial, existe ainda o lado do produtor. É realmente difícil compreender como é possível um agricultor dormir tranquilo sabendo que toda a sua produção é tratada e fertilizada à custa de produtos químicos. É incompreensível que isso seja vulgarmente aceite, contaminando os nossos corpos, os nossos filhos, as nossas águas, os nossos solos. Como alguém me disse uma vez, não se devia dizer Agricultura Biológica, esta devia ser apenas Agricultura, a outra Agricultura (Convencional), essa sim deveria ser distinta no nome, a sugestão desse meu amigo foi para se chamar Agricultura Petroquímica. Não poderia estar mais de acordo.

Conclusão

Parece-me que as conclusões são fáceis de tirar. Existe espaço disponível para Agricultura Biológica em Espaço Urbano, (pelo menos em Gaia), é possível cultivar mais próximo do consumidor, permitindo maior frescura dos produtos e reduzindo enormemente as emissões de carbono. A proximidade trará a possibilidade de todos conhecerem o agricultor e a origem daquilo que comem.
Sinceramente não sei de que estamos à espera!!!